quarta-feira, 22 de junho de 2011

Deadline

Buenas, trabalho entregue, banca marcada:

Dia 06/7, às 15h, sala 408 da Fabico.

Aproveito para compartilhar aqui um vídeo que envolve diretamente três dos meus informantes: Dj Anderson, Daniel e Cesar. Os guris da Livraria do Trem fizeram o vídeo durante o Encontro Estadual do Vinil, que mostra um pouco da relação de trabalho entre o Anderson e o vinil.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vídeo

É possível que eu precise fazer algumas alterações ainda, mas acredito que essa seja a versão final do vídeo que vai acompanhar meu tcc.
Peço desculpa se nem sempre o áudio ou o vídeo são de qualidade, mas acho que a essência é essa:


terça-feira, 7 de junho de 2011

Vídeo

Hoje o plano era postar aqui o vídeo que vai acompanhar o tcc.
Mas por uma infinidade de acontecimentos absurdos eu consegui corromper o arquivo!
=@
Estou trabalhando nele agora (leia-se refazendo), mas fico pensando se não é nesse momento que eu deveria surtar. (?)
O importante é que a parte textual já está pronta, corrigida e tudo mais.


Ópera do Malandro - 1979
Aí vai mais uma capa que eu acho linda, do musical feito por Chico Buarque em 1979. Mesmo trabalhando há mais de um ano com discos nunca reparei muito nisso, mas ultimamente vem se tornando um prazer a parte.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Banca

Banca definida:

Profa. Me. Marlise Maria Giovanaz - Departamento de Ciência da Informação - FABICO - UFRGS
 
Profa. Dra. Viviane Vedana - Programa de Pós Graduação em Antropologia Social - UFRGS
 
Orientadora: Profa. Me. Jeniffer Cuty - Departamento de Ciência da Informação - FABICO - UFRGS
 
Segunda é o prazo final de entrega, mas sem problemas, falta normatizar algumas referências e finalizar o vídeo. o/

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Finalização

Hoje fiz uma das últimas orientações, falta reorganizar alguns itens da estrutura e inserir algumas análises, mas no geral o resultado é bom.
Os vídeos também estão sendo editados e já avancei bastante, acredito que semana que vem já poste uma prévia aqui. A apresentação já tem data: 06/07, às 15h, na Fabico. Depois posto aqui o serviço completo com examinadores e tudo mais.

Gostaria na verdade de compartilhar aqui uma das inspirações que esta pesquisa me deu, que foi finalmente fazer uma tatuagem, que por sua vez foi inspirada na capa de um disco.






Na verdade nem sou fã do Genesis, até acho bacana mas não faz exatamente meu estilo, mas capas assim me fazem pensar em um dia ter uma coleção.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eu podia tá roubando, eu podia tá matando...

Momento mendingagem pessoal!
Esse semestre a vasta turma que irá se formar na Biblioteconomia será de 4 pessoas...quatro mulheres para ser mais específica.
Como sairá super caro, estamos organizando uma série de cambalachos para arrecadar fundos: brechó, galeto, figuração em velório...enfim.
Estamos vendendo estes 3 modelos de botons, a R$3,00 cada, quem quiser contribuir é só enviar um e-mail para f.spindola@gmail.com. =)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Novas entrevistas

Infelizmente o acervo de Ijuí e o Hugo, colecionador de Passo Fundo, ficaram de fora da pesquisa, por uma infinidade de desencontros de datas não terei tempo para de até lá em tempo hábil para o TCC.

Mas as notícias boas ficam por conta do último sábado (14/05), onde fiz duas entrevistas muito importantes. De manhã estive na Fundarte de Montenegro, conversando com a Patrícia, bibliotecária responsável pelo acervo de discos. O acervo não é muito grande, aproximadamente 1.500 discos, mas bem específico dentro do que se propõe. Agradeço à Patricia por me atender fora do seu período de trabalho e por ter enfrentado a câmera sem problemas.

Patricia, junto ao acervo da Fundarte.    



Aproveitando o dia de campo, fui diretamente a casa do Boris, colecionador de vinil que concordou prontamente em colaborar com meu trabalho. Fiz contato com o Boris através do Orkut, vi algumas fotos da coleção dele, mas não tinha noção do quanto essa coleção era encantadora. Os vinis são de enxer os olhos, bem cuidados e conservados, apresentam uma arte mais bonita que a outra. E se trata de um colecionador no sentido mais profundo da palavra, o Boris sabe a história e o valor de cada disco, assim como não compra nada que de fato não seja importante para ele.
Agradeço ao Boris por aceitar em colaborar com este estudo, me recebendo na sua casa para a entrevista, possibilitando que eu compartilhasse com todos um pouco da sua história.


Boris e um dos seus discos raros.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Entrevistas

Como as transcrições estão devagar, vou postar aqui apenas comentários sobre as entrevistas que fiz nos últimos dias. Dia 30 de abril foi a vez de conversar com o pessoal que trabalha com vinil em Caxias do Sul.

Fui à loja O Colecionador e ao Museu dos Capuchinhos, que tem um acervo lindo de discos de diversos gêneros. Super produtivo e o pessoal muito legal, recomendo a todos conhecer tanto a loja quanto o acervo.

Sueli, proprietária da loja O Colecionador.

Geísa, responsável pelo acervo de discos do MUSCAP.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Transcrição Livraria do Trem

Conforme prometido hoje disponibilizo aqui a transcrição da entrevista com o Daniel e o Julio Cesar, proprietários da livraria e comerciantes de vinil.
 Como meu Scribd está com problemas, vou disponibilizar aqui mesmo no post a entrevista.
é interessante observar a postura do Daniel como comerciante de vinil, apreciador mas não colecionador e a postura do Julio Cesar, comerciante e colecionador.
Em breve os vídeos vão estar por aqui também.



(Fernanda – entrevistadora)
Queria que vocês falassem desse comercio de vocês, o porque vocês começaram agora, do ano passado pra cá e porque o vinil agora assim, tá certo que tá voltando, mas o que motivou além de tu [César] ser colecionador né.

(César – informante)
A necessidade né. Necessidade, dinheiro..[risos]

(Daniel – informante)
É, a ideia assim da livraria, do sebo é bem de resgatar, resgatar uma série de coisas. Eu, por exemplo, no caso ele também, somos apaixonados pelo sebo, pelos sebos já há muito tempo. Desde a, nós nos conhecemos desde a infância né, e sempre frequentamos estes espaços, espaços que geralmente são tidos como alternativos né.
Então a partir dessa, dessa ideia assim de tá sempre consumindo, porque não montar um espaço? Daí a livraria foi montada, primeiro com a ideia dos livros né, aí isso nos trabalhamos hoje dois anos e daí aos poucos começamos a juntar e sempre com aquela vontade de trabalhar com o vinil, com o disco né. O Júlio [César] já é há bastante tempo, desde sempre, colecionador né. Então tem um acervo com bastante peças raras assim, peças que tem 300 cópias no mundo inteiro, coisas difíceis né, um acervo mais específico assim de música né. Não sei, tu deve tá com quase 3 mil discos hoje?

(César – informante)
Por aí, por aí...

(Daniel – informante)
Então essa parceria aí tem todo um conhecimento da área do disco, da produção, enfim, ele é músico também. Pô, vamo trabalhar junto, vamo agregar essa história com os discos né. Porque o mercado existe né, apesar da dita morte do vinil né, que se parou de produzir aqui no Brasil e agora retomaram né, sempre houve o comércio. Estatísticas dizem que se vende um disco a cada dez segundos na internet né, isso só no eBay, desconsiderando outros sites como o Mercado Livre e outras formas também, sites próprios que comercializam discos. Então a gente trouxe, aí dei a ideia, vamos trabalhar com o vinil e vamos rabalhar de uma forma bem qualificada né, com conhecimento de causa né e nos juntamos e aí estamos né, trabalhando agora praticamente 7 ou 8 meses com discos.

(Fernanda – entrevistadora)
E como é que tá essa saída assim, é só região metropolitana, vocês tão conseguindo vender pra fora?

(Daniel – informante)
Pois é, devido a internet a gente tá vendendo pro Brasil inteiro né, então a saída, a procura ela é boa. Como o comércio tem pouco aqui né, ainda a procura na loja ela tá, como dizer...um pouco tímida ainda né. Até por um processo todo de divulgação, que nós temos feito aos poucos e isso acontece com o tempo né. Mas a procura ela é diária, todos os dias saem discos, sempre tem alguém procurando discos né, isso, o comércio está extremamente nesse sentido né.

(Fernanda – entrevistadora)
E pra fora assim, vocês tão...cidades assim ou...vocês tão buscando acervos fora?

(Daniel – informante)
O último acervo que nós buscamos foi...

(César – informante)
Ijuí.

(Daniel – informante)
Ijuí, a gente foi até Ijuí, foram 5 mil discos que foram comprados lá né...ãh...então foi o acervo mais distante, porque também trazer discos de fora tem uma limitação. A não ser daí com o mercado de discos novos né, que aí a gente tá importando.

(Fernanda – entrevistadora)
Começaram a importar?

(Daniel – informante)
Começamos a importar daí.

(César – informante)
Comprar um disco usado tem que fazer uma avaliação do material, e não, não tem como né. O estado físico tem que ser avaliado porque não tem como comprar de olho fechado algo usado né, ainda mais disco que é um material perecível né. Pode tá...ãh..investindo dinheiro em uma coisa que vai ficar encalhada né, se tu não fizer uma análise boa do que tá comprando.
(Fernanda – entrevistadora)
E tu como colecionador assim de...só dos “filés” assim, como é que tu faz, essa coisa assim, tu vai buscar uma coisa, o que que é teu e o que tu vai por na roda assim.

(César – informante)
Ah, ultimamente eu nem tenho comprado mais nada, não tem mais espaço pra guardar. Então tudo que eu compro, alguma coisa eu dô uma ouvida, se é legal eu fico, se não passo pra frente.
E não tem mais disco difícil, essa que é a verdade, com a internet se popularizou assim, ficou bem mais viável de se achar títulos difíceis né, não tem mais aquela coisa o Paêbirú da vida, ah era uma lenda, ninguém tinha, hoje em dia tu acha, Louco por Você tu acha também, então não tem mais esse problema todo de se achar títulos assim.

(Daniel – informante)
O Louco por Você não foi relançado ainda.

(César – informante)
Não foi mas...

(Daniel – informante)
É do Roberto Carlos.

(César – informante)
Pra tu ver, menos de R$ 3,500 não é assim né.

(Daniel – informante)
Sim...

(Fernanda – entrevistadora)
É, essa questão da raridade também vocês que fazem também, porque né, essa questão da raridade é meio...cada um diz que né, cada um tem o seu padrão na verdade.

(César – informante)
Claro, claro, claro...

(Daniel – informante)
É, tem a questão da raridade né que depende da demanda do disco, todo o disco evidentemente ele tem uma história né, no caso esse do Paêbirú, o Paêbirú houve uma enxente né, que dizimou praticamente toda a tiragem do disco né, do Zé Ramalho. Daí sobraram 300 cópias, reza a lenda né, desse original, hoje o Paibirú já tem relançado e tal né, que também tá esgorado né?

(César – informante)
Sim, sim.



(Daniel – informante)
Mas isso torna o disco raro, até então, há algum tempo, ele não tinha sido regravado né. Esse disco do Roberto Carlos também, o primeiro dele que é o Louco por Você, não teve relançamento, que foi um disco recolhido por ele, que também estima-se que tenham circulando hoje no Brasil em torno de 300 cópias né. Então disso faz com que ele seja raro né.

(César – informante)
Não significa que ele seja bom né [risos].

(Fernanda – entrevistadora)
 [risos]

(Daniel – informante)
Não..[risos]...até porque o próprio Roberto Carlos considerou o disco ruim né.

(Fernanda – entrevistadora)
Sim, ele não tá na capa [risos].

(Daniel – informante)
Mas daí por essas peculiaridades né, que daí a música, neste caso, ela é o último detalhe né. O colecionador ele chama a atenção desse material né, porque é um material raro, é um material que poucos tem né. Então daí que tá aquele desejo de se ter, no seu acervo privado, um disco extremamente raro né. Que tem história também né, que tem coisas que foram editadas em algum município aí que também são raras, que são heranças por exemplo né, só que é uma coisa tão específica que não tem um apelo nacional né, não é um cantor conhecido né. E depois a procura por objetos que...hoje um disco da década de 60, por exemplo, tem aí 40, 50 anos né, então ele se torna realmente difícil.

(Fernanda – entrevistadora)
Tá e o comércio assim, rola mesmo essa competição entre comerciantes por esses acervos ou como é que funciona assim. Porque vocês aqui em São Leopoldo são meio únicos né, nesse sentido de vinil né.

(César – informante)
A gente tá bem distante da capital então não rola tanto essa...

(Daniel – informante)
Já teve muitos comerciantes de Porto Alegre, quase todos assim, que tem um trabalho assim e a gente conhece lá que vieram aqui na loja. Olhando acervo, alguns se identificam, até alguns se identificam porque a gente conhece quase todos né?

(César – informante)
Sim, sim.

(Daniel – informante)
Então, mas outros que a gente sabe mas não se identificaram, olham assim, mas a gente não tá participando muito, porque a gente ficou realmente dessa forma ilhado né porque dos fora de Porto Alegre tu tem a Prisma? Acredito que uma loja antiga também e São Leopoldo somos nós né, iniciamos agora há pouco tempo esse trabalho. Então nesse quisito a gente não sabe como é que funciona a concorrência, mas eu aprendi pelo sebo assim a questão de a concorrência se dá de uma forma saudável né, no trabalho, no atendimento, claro, qualificar o acervo, mas como são produtos usados não significa que o que nós temos aqui o outro lojista vai ter. E se vale a pena, cada um tem seu público alvo né, comprar de outro lojista pra revender né isso também é um trabalho que nós fazemos.

(César – informante)
E o fã de disco ele compra independente de fidelização: “ah vou comprar sempre do cara”.

(Daniel – informante)
Os que compram aqui, compram em outras lojas, eles conhecem todas as lojas né.

(Fernanda – entrevistadora)
E a essa altura vocês já tem alguns...alguns clientes assim, vocês já tem uma rede de contatos assim, uma coisa...

(César – informante)
Sim, sim.

(Daniel – informante)
Até pela carência que a região tinha né, ainda tem no caso, até se divulgar melhor o trabalho com discos, se criou uma clientela rapidamente né, tanto que o nosso acervo ele subiu consideravelmente. Nós começamos, a gente tá há menos de um ano, começamos como eu te disse com 400 discos, um acervo mais selecionado e tal, hoje estamos com 10 mil né. Então superou muito as nossas expectativas até mesmo de quando: “quando é que a gente vai ter 10 mil disco no acerno”, né? E claro, o número nõ quer dizer nada né, porque tu consegue juntar 5 mil discos só de Xuxa por exemplo.

(César – informante)
Ela e novela...[risos].

(Daniel – informante)
A questão é a diversidade é a qualidade do acervo né, também o material bem conservado, um material que é limpo por nós, tem os seus reparos tipo capas e encartes né.

(Fernanda – entrevistadora)
Essa coisa...vocês disseram que tão importando, tão importando.

(Daniel – informante)
Sim.


(Fernanda – entrevistadora)
Porque isso é uma coisa que eu saiba só outros dois faziam né, que é o cara da Boca do Disco e...

(César – informante)
O Getúlio né.

(Fernanda – entrevistadora)
É. E porque isso assim, porque surgiu a demanda, porque...

(César – informante)
Pra diferenciar né, trazer um produto pra poder concorrer com os outros lojistas também, tem que ter um produto que chama a atenção. Se tem as mesmas carnes de vaca que tem nos outros lugar tu não vai vender né.

(Daniel – informante)
E tem a questão, quem é o cliente substancial do vinil hoje? Basicamente as pessoas que curtiam a mídia na década de 80 e de 90, principalmente na primeira metade né, que foi onde tava o forte, que gostam de rock and’ roll né. Então hoje o rock dos anos 60, 70 né, os rocks clássicos dos anos 80 também são muito consumidos né, então esse é o que mais vende. Então essa...a procura, nosso público que tá resgatando, que as vezes tinha o disco e não tem, agora tem os relançamentos dessas obras, tem os discos dos Beatles, tem...enfim, todos os grandes clássicos né. E nós estamos tendo muitos discos piratas também né, edições piratas né, também importadas e lacradas e...

(Fernanda – entrevistadora)
São raras né?

(Daniel – informante)
É...esse público hoje o que é, ele é um público já estabelecido, com padrão social já, com a vida encaminhada né, então eles tem um poder aquisitivo maior. Então o disco ele...o disco mesmo ele tendo voltado agora, ele jamais vai voltar a ser popular né. Porque ele tem uma outra ideia, uma outra ideia de como...não é só a música que té, que tá imperando ali né. Porque se tu for ver hoje, num mundo assim extremamente globalizado, a internet realmente tá com uma velocidade exacerbada, as pessoas hoje elas escutam música fazendo alguma coisa né. O disco ele te propõe um descanso para essa tecnologia, isso tá pra além do bem e do mal, não significa que o que que é melhor ou o que que é pior né.
Mas o disco é aquela coisa, tu é obrigado a tirar ele da capa, cuida ele, tu é obrigado a colocar, tu é obrigado a virar o lado né, então tu pára pra escutar a música. E isso proporciona um prazer né, pra além do saudosismo né, ele é diferente a gente pode dizer do que pegar um mp3 e escutar uma música e sair correndo ou fazendo qualquer outra atividade né. A música tá na vida de todo mundo, mas como que tu consome esse produto? Esse produto cultural, podemos dizer assim.
E isso com o relançamento dessas edições, com esse fascínio que o disco traz né, ele vem trazendo, vem cativando aos poucos àqueles que são aprensentados, novos usuários. Pessoas com vinte e poucos anos que não tiveram acesso à mídia né, já pegaram sua idade de adolescência ou em plena fase adulta, hoje o mp3, o CD que é o que tá imperando. Quando apresentam a eles esse tipo de mídia assim, também desperta esse fascínio, porque é uma coisa fascinante sabe, é uma coisa que cativa né. E é uma outra forma de consumir a música.

(Fernanda – entrevistadora)
Tu não coleciona?

Não...eu não coleciono.

(Fernanda – entrevistadora)
Tá e quem compra vinil é homem ou mulher? Mulher compra vinil? Porque tem essa lenda né, tem essa lenda que mulher não compra vinil.

(César – informante)
Compra.

(Daniel – informante)
Compra, compra....

(Fernanda – entrevistadora)
Geralmente é presente pro namorado [risos].

(César – informante)
Aí eu não sei [risos].

(Daniel – informante)
Olha...se tu fosse um comerciante talvez na década de 80, 90, eu não sei, talvez pudesse ser diferente, poderia ser um público mais masculino...mas ãh...hoje em dia não dá pra ti definir assim quem compra mais, se é o homem, se é a mulher né, porque é muito dividido, o público tá circulando né...enfim, mesmo para presentear ou curtir, muitas mulheres entram aqui olhando disco e tal né.

(Fernanda – entrevistadora)
É isso aí...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Remanejando

Buenas, apresentar o trabalho no EREBD de Londrina foi bacana e me deu um ânimo para seguir com a pesquisa.
A viagem também me ensinou algumas coisas interessantes: uma caneca pode causar grandes debates, fones de ouvido são cada vez mais necessários e até que a Biblio da UFRGS não é tão bizarra comparada com outras.

Venda de gramofone no centro de Londrina.

Voltando ao TCC, vamos retirar a categoria "pesquisador" do estudo, após analisar todos os possíveis infromantes percebi que não tem fundamento, ao menos agora entrevistar essas pessoas. Até porque não são ligados ao suporte, o vinil aparece em suas pesquisas de formas distintas e muitas vezes ao acaso.

Sábado entrevista no Muscap e na O Colecionador em Caxias do Sul, transcrições atrasadas, mas estou colocando as coisas em ordem.



 
Foto dedicada a todos que acham o Campus do Vale isolado e levemente rural.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sinal de vida

A correria é tanta que não há tempo de fato para postar aqui. Na verdade com os preparativos para o Em Tempos de Vinil até o TCC está suspenso, mas o bom é que durante o evento vou ter a oportunidade de me aproximar dos pesquisadores, a categoria de informantes mais complicada da pesquisa. Como alguns irão participar dos debates vai ser mais fácil tentar o contato.

Mas não era sobre isso o post, na verdade hoje chegou uma notícia legal, uma prévia do meu trabalho foi aceito pela comisão científica do EREBD SUL. Isso é sinal de que talvez o tema seja interessante para a comunidade acadêmica da Ciência Informação, mesmo sendo algo bem fora das discussões habituais. Também fui a única da UFRGS a ser aceita, então também é uma grande responsabilidade.

Site do XIII EREBD-SUL: http://erebdsul2011.com.br/#aprovados 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Devagar e sempre

Seguimos devagar, construir um texto é um processo complicado. Cada vez que se lê este texto é uma palavra, uma sentença, algum dado novo a ser acrescentado ou alterado.
Minha introdução já deve estar na décima versão...

Realizei mais uma entrevista, com o pessoal da Livraria do Trem em São Leopoldo. Fiquei surpresa com o local, com a forma como os dois (sócios) percebem o mercado do vinil. Recomendo o lugar, um sebo de qualidade que não se vê em Porto Alegre, pequeno mas agradável e de qualidade. Ainda não transcrevi a entrevista, mas logo disponibilizo aqui.


Fachada Livraria doo Trem 

César e Daniel, donos da livraria.







 Lendo alguns textos sobre antropologia e com os momentos passados em pesquisa de campo, vejo o quanto vai ser difícil editar esse vídeo, o problema que vai ser definir a forma como eu quero mostrar todo esse universo que estão me deixando adentrar. Me lamento constantemente, que as coisas mais bacanas que escutei e vi, não foram registradas pela minha câmera.

“Ao longo desse processo em que uma pessoa é transformada em personagem, inevitavelmente dados são perdidos. A ausência na tela do aperto sincero de mão quando chegamos sonega a informação de que o personagem foi gentil”. (SALLES, 2005).

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Antropologia Visual

Comecei ontem a disciplina de Antropologia Visual no IFCH da UFRGS, ministrada pelas professoras Juliana Cavilha e Viviane Vedana.
A disciplina aparentemente era o que eu precisava, na aula de ontem já consegui ter novas ideias sobre a questão da rede social, que andava me preocupando por não saber que viés usar. Por outro lado sou um ser absolutamente fora de contexto na sala de aula...e aí fiquei pensando... eu fazer um estudo que utiliza métodos antropológicos, não seria a mesma coisa que um sociólogo fazer um trabalho sobre sistemas de classificação?
O medo da semana? Que meu trabalho não fique bom nem para a ciência da informação nem para a antropologia....enfim...

Na disciplina teremos que fazer um trabalho, um exercício etnográfico, aplicando imagem e som no campo, a temática deverá ser a antropologia do trabalho. Meu grupo (eu, Vinícius e Livia) optamos em estudar o caminho dos antiquários e seus integrantes. Mas não vou aprofundar muito isso aqui, talvez mais tarde coloque alguma coisa.

A entrevista com o Dj Anderson foi muito bacana, amanhã inicio a transcriçõa e logo disponibilizo aqui. Sábado Livraria do Trem...e Montenegro talvez tenha que ficar para outra semana.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Nos Tempos do Vinil

Saindo um pouco do tema TCC (ou não), compartilho aqui as notinhas que saíram na ZH sobre o evento, que apesar de pequenas estão ajudando bastante.


ZH, 07/03/2011

ZH, 26/03/2011

Tá, a criatura que scaneou não dominava muito bem o equipamento...mas acho que dá para ler...

[modo revolt on]
Fora isso acho importante registrar, talvez mais como nota mental do que como qualquer outra coisa, o quanto o meio acadêmico pode ser mesquinho...não que eu já não soubesse, mas ainda me impressiono.
[modo revolt off]

terça-feira, 29 de março de 2011

Agenda

Após a primeira avaliação da minha orientadora, professora Jeniffer Cuty, consegui controlar meu ataque de pessimismo.
Muito trabalho ainda pela frente, a profa. Jeniffer me indicou uma nova leitura sobre etnografia, do James Clifford, preciso aprimorar minha escrita etnográfica, a dificuldade é pegar o ponto.

Vamos à agenda:

31/03 - entrevista DJ Anderson (colecionador)
02/04 - entrevista na Livraria do Trem, São Leopoldo (comerciante)
04/04 - entrevista Fundarte, Montenegro (documentalista)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Seguimos...

Transcrição da Ionice (documentalista) concluída: http://pt.scribd.com/doc/51563930/Transcricao-Ionice

Semana que vem está agendada a entrevista com o Dj Anderson, conhecido por trabalhar com discotecagem em vinil e ter feito parte da banda gaúcha Ultramen, que nunca deixou de lançar trabalhos em vinil. Colecionador apaixonado, fez do vinil um instrumento de trabalho.

Nada a ver, mas tudo a ver com o assunto, estréia hoje no CineBancários o filme A Casa Elétrica, do diretor Gustavo Fogaça (Guffo). Esperado por muitos, conta a história da Casa Eléctrica de forma romanceada, pelos promos que vi me pareceu muito bom. Quem perder a sessão comentada de hoje, ainda terá outra no Santander dia 27/03, e se tudo der certo, outra sessão durante o evento Nos Tempos do Vinil, da DPNH.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A escolha do orientador

Matrícula do TCC feita, agora de uma forma ou outra é preciso terminar...aproveito para compartilhar um texto enviado pela colega Silvia, que por sinal desistiu de fazer o TCC neste semestre.


Quem apoia a sua tese???

Dino Mocsányi
http://www.consultores.com.br/artigos.asp?cod_artigo=333
Num dia lindo e ensolarado o coelho (com jeitão de consultor) saiu de sua toca com o "notebook" e pôs-se a trabalhar, bem concentrado.
 
Pouco depois passou por ali uma raposa, e viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho-consultor e aproximou-se, curiosa:
 
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho-consultor, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... E qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos-consultores são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
 
A raposa ficou indignada:
 
- Ora! Isso é ridículo! Nós é que somos os predadores dos coelho-consultores!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu te mostro minha prova experimental.
 
O coelho-consultor e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois se ouvem alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... Silêncio. Em seguida, o coelho-consultor volta sozinho, e mais uma vez retoma aos trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo.
 
Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho-consultor trabalhando naquela concentração toda e resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
 
- Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhoe-consultores, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
 
O lobo não se conteve com a petulância do coelho-consultor:
 
- Ah! Ah! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelho-consultores. Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas se você quiser, eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca?
 
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois se ouvem uivos desesperados, ruídos de mastigação e... Silêncio. Mais uma vez o coelho-consultor retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
 
Dentro da toca do coelho-consultor vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, palitando os dentes.
 
MORAL DA HISTÓRIA
 
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos;
5. O que importa é: QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Acervos no RS - levantamento preliminar

Seguindo a pesquisa, fiz um levantamento de alguns acervos de discos no RS, mais do que eu imaginava, mas com certeza não é a contagem final.



Discoteca Pública Natho Henn
Porto Alegre
Museu de Comunicação José Hipólito da Costa
Porto Alegre
Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore
Porto Alegre
Museu Joaquim Francisco do Livramento
Porto Alegre
Museu dos Capuchinhos
Caxias do Sul
Fundarte
Montenegro
Museu Rodolfo Martensen
Rio Grande
Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi
Flores da Cunha
Museu Diretor Pestana
Ijuí

Fora estes, ainda existem alguns acervos em fase de processamento, como o do Museu Municipal de Caxias do Sul, da FAPA e do Museu de Venâncio Aires. Evidente que não serão todos os acervos registrados na pesquisa, mas achei que seria válido fazer a pesquisa para ter uma noção. 

terça-feira, 22 de março de 2011

Transcrições: a missão.

No que diz respeito as tanscrições, só acrescento que é de fato uma pena não poder transcrever a expressão do informante. Compartilho aqui a transcrição do Tiago Ramalho, comerciante de discos: http://pt.scribd.com/doc/51333514/Trancricao-Tiago-Ramalho

No mais, queria aproveitar para divulgar o concurso fotográfico Coleção em Retratos, que vai selecionar fotos a serem expostas no saguão da Casa de Cultura Mário Quintana, durante o evento Nos Tempos do Vinil. http://pt.scribd.com/doc/51307786/Edital-Concurso-Fotografico-Discoteca-Publica-Natho-Henn

Ah sim, hoje descobri mais um acervo, na cidade de Montenegro - RS, no Fundarte. Estimativa de 5.000 discos...promissor...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Concessão de uso da imagem

No meio desse processo de filmar depoimento dos informantes e utilizar estes depoimentos, é importante ter uma atenção especial no que diz respeito a autorização de uso da imagem. Um instrumento simples, que nos dá certa garantia e pode evitar problemas futuros.

Olhando modelos sugeridos por minha orientadora, juntamente com outros modelos coletados com outros pesquisadores cheguei ao seguinte modelo: http://pt.scribd.com/doc/51080795/USO-DA-IMAGEM

Aproveito para compartilhar mais uma foto que fiz na Feira do Mercado, na verdade ficou uma porcaria (muita luz), mas só para ilustrar o "garimpo" de alguns colecionadores.

Feira do Mercado

quinta-feira, 17 de março de 2011

Trancrições

Depois de fazer as entrevistas, ou melhor, após coletar os depoimentos, é preciso transcrever o que foi dito, seja em vídeo ou mp3.
Não imaginava que essa tarefa pudesse ser tão desgastante e tão demorada, por um lado é interessante, porque apesar de nós estarmos presentes no momento que aquilo foi dito, escutando com calma é impressionante a nova visão que a gente pode ter.
No meu caso, são vídeos, então é preciso assistir o vídeo-pausar-escrever-assistir-pausar-escrever...é impressionante, ver a expressão da pessoa quando abordamos determinado assunto. A alegria, o descontentamento, a surpresa, o desconforto....são coisas que ficam mais claras junto com a imagem.

Para arquivos em mp3, a professora Jeniffer (orientadora), indicou o seguinte programa:
http://thedealwith.blogspot.com/2008/05/transcricao-de-entrevistas-em-mp3-ate-5.html

Me parece bom, fica a dica.

Saiu hoje o cronograma do TCC...fazendo as contas, se eu dormir 4h por dia, almoçar lanches e não abrir mais meu e-mail talvez eu consiga fazer o trabalho da forma como eu planejei. Certo...exageros à parte, vai ser apertado.

Mas mudando de assunto (ou não), a Discoteca Pública Natho Henn está organizando para abril o evento Nos Tempos do Vinil, que vai reunir de 16 a 20 de abril vários seguimentos ligados ao suporte: colecionadores, pesquisadores, comerciantes, músicos.. encerro aqui com a arte que o cartunista Augusto Bier, diretor do Museu Hipólito José da Costa fez para o evento.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Início das gravações

Entrevista com o comerciante Thiago, na feira do Mercado.
Comecei ontem a gravar as entrevistas não diretivas, primeiro foi com o Thiago Ramalho, comerciante há mais de vinte anos e um dos organizadores de Feira de Vinil do Mercado. Hoje foi a vez de ouvir a bibliotecária Ionice de Oliveira, que trabalhou com o acervo da Discoteca Pública Natho Henn (DPNH) por mais de uma década.


Conheci o Thiago por acaso, passando pelo mercadão tentei uma aproximação, no mês de janeiro. Falei da ideia de pesquisa, falei do projeto de feira da DPNH e não precisou mais do que isso. Tudo que envolve o vinil, fascina o Thiago.





Trocando ideias com o Thiago e o Totonho, outro comerciante da feira.

Entrevista com a bibliotecária Ionice, no acervo da DPNH.





Já a Ionice viveu os anos de ouro da DPNH, é uma fonte preciosa de informações, testemunha viva, que acompanhou de perto o auge e a decadência do suporte e hoje em dia se entusiasma com a perspectiva da revalorização do disco.

As entrevistas começaram produtivas, o processo vai ficando mais natural. Comecei com certa desconfiança a fazer a etnografia, hoje em dia já acredito que se não fosse exatamente as experiências que estes sujeitos tem para compartilhar eu não teria nada a escrever.

 “fazemos apelo aos testemunhos para fortalecer ou debilitar, mas também para completar, o que sabemos de um evento do qual já estamos informados de alguma forma, embora muitas circunstâncias nos permaneçam obscuras.” (Halbwachs, 1950).

terça-feira, 15 de março de 2011

Abrindo os trabalhos...

Bom, essa é a "primeira faixa" deste blog! uhuuu!

Pretendo postar aqui o processo de construção do meu trabalho de conclusão do curso de Biblioteconomia da UFRGS. Segundo a minha orientadora (Jeniffer Cuty), manter diários e observações do que está sendo feito e observado ajuda na composição da etnografia, que foi a metodologia escolhida para desenvolver o TCC...

Talvez seja interessante falar sobre o que afinal vou pesquisar e escrever. O título do trabalho é Vinil em Rede: estudo etnográfico sobre a cultura do suporte no Rio Grande do Sul. Eu sei, eu sei...o nome é grande e não dá para entender nada, mas espero que no final das contas, depois de concluído, as pessoas entendam.

Vou sair Rio Grande afora, conhecendo e coletando depoimentos de pessoas ligadas ao vinil: comerciantes, colecionadores, pesquisadores e documentalistas. Isso se faz através de um estudo etnográfico, mas depois eu posto alguma coisa sobre etnografia aqui para esclarecer e tal.