sexta-feira, 27 de maio de 2011

Finalização

Hoje fiz uma das últimas orientações, falta reorganizar alguns itens da estrutura e inserir algumas análises, mas no geral o resultado é bom.
Os vídeos também estão sendo editados e já avancei bastante, acredito que semana que vem já poste uma prévia aqui. A apresentação já tem data: 06/07, às 15h, na Fabico. Depois posto aqui o serviço completo com examinadores e tudo mais.

Gostaria na verdade de compartilhar aqui uma das inspirações que esta pesquisa me deu, que foi finalmente fazer uma tatuagem, que por sua vez foi inspirada na capa de um disco.






Na verdade nem sou fã do Genesis, até acho bacana mas não faz exatamente meu estilo, mas capas assim me fazem pensar em um dia ter uma coleção.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eu podia tá roubando, eu podia tá matando...

Momento mendingagem pessoal!
Esse semestre a vasta turma que irá se formar na Biblioteconomia será de 4 pessoas...quatro mulheres para ser mais específica.
Como sairá super caro, estamos organizando uma série de cambalachos para arrecadar fundos: brechó, galeto, figuração em velório...enfim.
Estamos vendendo estes 3 modelos de botons, a R$3,00 cada, quem quiser contribuir é só enviar um e-mail para f.spindola@gmail.com. =)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Novas entrevistas

Infelizmente o acervo de Ijuí e o Hugo, colecionador de Passo Fundo, ficaram de fora da pesquisa, por uma infinidade de desencontros de datas não terei tempo para de até lá em tempo hábil para o TCC.

Mas as notícias boas ficam por conta do último sábado (14/05), onde fiz duas entrevistas muito importantes. De manhã estive na Fundarte de Montenegro, conversando com a Patrícia, bibliotecária responsável pelo acervo de discos. O acervo não é muito grande, aproximadamente 1.500 discos, mas bem específico dentro do que se propõe. Agradeço à Patricia por me atender fora do seu período de trabalho e por ter enfrentado a câmera sem problemas.

Patricia, junto ao acervo da Fundarte.    



Aproveitando o dia de campo, fui diretamente a casa do Boris, colecionador de vinil que concordou prontamente em colaborar com meu trabalho. Fiz contato com o Boris através do Orkut, vi algumas fotos da coleção dele, mas não tinha noção do quanto essa coleção era encantadora. Os vinis são de enxer os olhos, bem cuidados e conservados, apresentam uma arte mais bonita que a outra. E se trata de um colecionador no sentido mais profundo da palavra, o Boris sabe a história e o valor de cada disco, assim como não compra nada que de fato não seja importante para ele.
Agradeço ao Boris por aceitar em colaborar com este estudo, me recebendo na sua casa para a entrevista, possibilitando que eu compartilhasse com todos um pouco da sua história.


Boris e um dos seus discos raros.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Entrevistas

Como as transcrições estão devagar, vou postar aqui apenas comentários sobre as entrevistas que fiz nos últimos dias. Dia 30 de abril foi a vez de conversar com o pessoal que trabalha com vinil em Caxias do Sul.

Fui à loja O Colecionador e ao Museu dos Capuchinhos, que tem um acervo lindo de discos de diversos gêneros. Super produtivo e o pessoal muito legal, recomendo a todos conhecer tanto a loja quanto o acervo.

Sueli, proprietária da loja O Colecionador.

Geísa, responsável pelo acervo de discos do MUSCAP.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Transcrição Livraria do Trem

Conforme prometido hoje disponibilizo aqui a transcrição da entrevista com o Daniel e o Julio Cesar, proprietários da livraria e comerciantes de vinil.
 Como meu Scribd está com problemas, vou disponibilizar aqui mesmo no post a entrevista.
é interessante observar a postura do Daniel como comerciante de vinil, apreciador mas não colecionador e a postura do Julio Cesar, comerciante e colecionador.
Em breve os vídeos vão estar por aqui também.



(Fernanda – entrevistadora)
Queria que vocês falassem desse comercio de vocês, o porque vocês começaram agora, do ano passado pra cá e porque o vinil agora assim, tá certo que tá voltando, mas o que motivou além de tu [César] ser colecionador né.

(César – informante)
A necessidade né. Necessidade, dinheiro..[risos]

(Daniel – informante)
É, a ideia assim da livraria, do sebo é bem de resgatar, resgatar uma série de coisas. Eu, por exemplo, no caso ele também, somos apaixonados pelo sebo, pelos sebos já há muito tempo. Desde a, nós nos conhecemos desde a infância né, e sempre frequentamos estes espaços, espaços que geralmente são tidos como alternativos né.
Então a partir dessa, dessa ideia assim de tá sempre consumindo, porque não montar um espaço? Daí a livraria foi montada, primeiro com a ideia dos livros né, aí isso nos trabalhamos hoje dois anos e daí aos poucos começamos a juntar e sempre com aquela vontade de trabalhar com o vinil, com o disco né. O Júlio [César] já é há bastante tempo, desde sempre, colecionador né. Então tem um acervo com bastante peças raras assim, peças que tem 300 cópias no mundo inteiro, coisas difíceis né, um acervo mais específico assim de música né. Não sei, tu deve tá com quase 3 mil discos hoje?

(César – informante)
Por aí, por aí...

(Daniel – informante)
Então essa parceria aí tem todo um conhecimento da área do disco, da produção, enfim, ele é músico também. Pô, vamo trabalhar junto, vamo agregar essa história com os discos né. Porque o mercado existe né, apesar da dita morte do vinil né, que se parou de produzir aqui no Brasil e agora retomaram né, sempre houve o comércio. Estatísticas dizem que se vende um disco a cada dez segundos na internet né, isso só no eBay, desconsiderando outros sites como o Mercado Livre e outras formas também, sites próprios que comercializam discos. Então a gente trouxe, aí dei a ideia, vamos trabalhar com o vinil e vamos rabalhar de uma forma bem qualificada né, com conhecimento de causa né e nos juntamos e aí estamos né, trabalhando agora praticamente 7 ou 8 meses com discos.

(Fernanda – entrevistadora)
E como é que tá essa saída assim, é só região metropolitana, vocês tão conseguindo vender pra fora?

(Daniel – informante)
Pois é, devido a internet a gente tá vendendo pro Brasil inteiro né, então a saída, a procura ela é boa. Como o comércio tem pouco aqui né, ainda a procura na loja ela tá, como dizer...um pouco tímida ainda né. Até por um processo todo de divulgação, que nós temos feito aos poucos e isso acontece com o tempo né. Mas a procura ela é diária, todos os dias saem discos, sempre tem alguém procurando discos né, isso, o comércio está extremamente nesse sentido né.

(Fernanda – entrevistadora)
E pra fora assim, vocês tão...cidades assim ou...vocês tão buscando acervos fora?

(Daniel – informante)
O último acervo que nós buscamos foi...

(César – informante)
Ijuí.

(Daniel – informante)
Ijuí, a gente foi até Ijuí, foram 5 mil discos que foram comprados lá né...ãh...então foi o acervo mais distante, porque também trazer discos de fora tem uma limitação. A não ser daí com o mercado de discos novos né, que aí a gente tá importando.

(Fernanda – entrevistadora)
Começaram a importar?

(Daniel – informante)
Começamos a importar daí.

(César – informante)
Comprar um disco usado tem que fazer uma avaliação do material, e não, não tem como né. O estado físico tem que ser avaliado porque não tem como comprar de olho fechado algo usado né, ainda mais disco que é um material perecível né. Pode tá...ãh..investindo dinheiro em uma coisa que vai ficar encalhada né, se tu não fizer uma análise boa do que tá comprando.
(Fernanda – entrevistadora)
E tu como colecionador assim de...só dos “filés” assim, como é que tu faz, essa coisa assim, tu vai buscar uma coisa, o que que é teu e o que tu vai por na roda assim.

(César – informante)
Ah, ultimamente eu nem tenho comprado mais nada, não tem mais espaço pra guardar. Então tudo que eu compro, alguma coisa eu dô uma ouvida, se é legal eu fico, se não passo pra frente.
E não tem mais disco difícil, essa que é a verdade, com a internet se popularizou assim, ficou bem mais viável de se achar títulos difíceis né, não tem mais aquela coisa o Paêbirú da vida, ah era uma lenda, ninguém tinha, hoje em dia tu acha, Louco por Você tu acha também, então não tem mais esse problema todo de se achar títulos assim.

(Daniel – informante)
O Louco por Você não foi relançado ainda.

(César – informante)
Não foi mas...

(Daniel – informante)
É do Roberto Carlos.

(César – informante)
Pra tu ver, menos de R$ 3,500 não é assim né.

(Daniel – informante)
Sim...

(Fernanda – entrevistadora)
É, essa questão da raridade também vocês que fazem também, porque né, essa questão da raridade é meio...cada um diz que né, cada um tem o seu padrão na verdade.

(César – informante)
Claro, claro, claro...

(Daniel – informante)
É, tem a questão da raridade né que depende da demanda do disco, todo o disco evidentemente ele tem uma história né, no caso esse do Paêbirú, o Paêbirú houve uma enxente né, que dizimou praticamente toda a tiragem do disco né, do Zé Ramalho. Daí sobraram 300 cópias, reza a lenda né, desse original, hoje o Paibirú já tem relançado e tal né, que também tá esgorado né?

(César – informante)
Sim, sim.



(Daniel – informante)
Mas isso torna o disco raro, até então, há algum tempo, ele não tinha sido regravado né. Esse disco do Roberto Carlos também, o primeiro dele que é o Louco por Você, não teve relançamento, que foi um disco recolhido por ele, que também estima-se que tenham circulando hoje no Brasil em torno de 300 cópias né. Então disso faz com que ele seja raro né.

(César – informante)
Não significa que ele seja bom né [risos].

(Fernanda – entrevistadora)
 [risos]

(Daniel – informante)
Não..[risos]...até porque o próprio Roberto Carlos considerou o disco ruim né.

(Fernanda – entrevistadora)
Sim, ele não tá na capa [risos].

(Daniel – informante)
Mas daí por essas peculiaridades né, que daí a música, neste caso, ela é o último detalhe né. O colecionador ele chama a atenção desse material né, porque é um material raro, é um material que poucos tem né. Então daí que tá aquele desejo de se ter, no seu acervo privado, um disco extremamente raro né. Que tem história também né, que tem coisas que foram editadas em algum município aí que também são raras, que são heranças por exemplo né, só que é uma coisa tão específica que não tem um apelo nacional né, não é um cantor conhecido né. E depois a procura por objetos que...hoje um disco da década de 60, por exemplo, tem aí 40, 50 anos né, então ele se torna realmente difícil.

(Fernanda – entrevistadora)
Tá e o comércio assim, rola mesmo essa competição entre comerciantes por esses acervos ou como é que funciona assim. Porque vocês aqui em São Leopoldo são meio únicos né, nesse sentido de vinil né.

(César – informante)
A gente tá bem distante da capital então não rola tanto essa...

(Daniel – informante)
Já teve muitos comerciantes de Porto Alegre, quase todos assim, que tem um trabalho assim e a gente conhece lá que vieram aqui na loja. Olhando acervo, alguns se identificam, até alguns se identificam porque a gente conhece quase todos né?

(César – informante)
Sim, sim.

(Daniel – informante)
Então, mas outros que a gente sabe mas não se identificaram, olham assim, mas a gente não tá participando muito, porque a gente ficou realmente dessa forma ilhado né porque dos fora de Porto Alegre tu tem a Prisma? Acredito que uma loja antiga também e São Leopoldo somos nós né, iniciamos agora há pouco tempo esse trabalho. Então nesse quisito a gente não sabe como é que funciona a concorrência, mas eu aprendi pelo sebo assim a questão de a concorrência se dá de uma forma saudável né, no trabalho, no atendimento, claro, qualificar o acervo, mas como são produtos usados não significa que o que nós temos aqui o outro lojista vai ter. E se vale a pena, cada um tem seu público alvo né, comprar de outro lojista pra revender né isso também é um trabalho que nós fazemos.

(César – informante)
E o fã de disco ele compra independente de fidelização: “ah vou comprar sempre do cara”.

(Daniel – informante)
Os que compram aqui, compram em outras lojas, eles conhecem todas as lojas né.

(Fernanda – entrevistadora)
E a essa altura vocês já tem alguns...alguns clientes assim, vocês já tem uma rede de contatos assim, uma coisa...

(César – informante)
Sim, sim.

(Daniel – informante)
Até pela carência que a região tinha né, ainda tem no caso, até se divulgar melhor o trabalho com discos, se criou uma clientela rapidamente né, tanto que o nosso acervo ele subiu consideravelmente. Nós começamos, a gente tá há menos de um ano, começamos como eu te disse com 400 discos, um acervo mais selecionado e tal, hoje estamos com 10 mil né. Então superou muito as nossas expectativas até mesmo de quando: “quando é que a gente vai ter 10 mil disco no acerno”, né? E claro, o número nõ quer dizer nada né, porque tu consegue juntar 5 mil discos só de Xuxa por exemplo.

(César – informante)
Ela e novela...[risos].

(Daniel – informante)
A questão é a diversidade é a qualidade do acervo né, também o material bem conservado, um material que é limpo por nós, tem os seus reparos tipo capas e encartes né.

(Fernanda – entrevistadora)
Essa coisa...vocês disseram que tão importando, tão importando.

(Daniel – informante)
Sim.


(Fernanda – entrevistadora)
Porque isso é uma coisa que eu saiba só outros dois faziam né, que é o cara da Boca do Disco e...

(César – informante)
O Getúlio né.

(Fernanda – entrevistadora)
É. E porque isso assim, porque surgiu a demanda, porque...

(César – informante)
Pra diferenciar né, trazer um produto pra poder concorrer com os outros lojistas também, tem que ter um produto que chama a atenção. Se tem as mesmas carnes de vaca que tem nos outros lugar tu não vai vender né.

(Daniel – informante)
E tem a questão, quem é o cliente substancial do vinil hoje? Basicamente as pessoas que curtiam a mídia na década de 80 e de 90, principalmente na primeira metade né, que foi onde tava o forte, que gostam de rock and’ roll né. Então hoje o rock dos anos 60, 70 né, os rocks clássicos dos anos 80 também são muito consumidos né, então esse é o que mais vende. Então essa...a procura, nosso público que tá resgatando, que as vezes tinha o disco e não tem, agora tem os relançamentos dessas obras, tem os discos dos Beatles, tem...enfim, todos os grandes clássicos né. E nós estamos tendo muitos discos piratas também né, edições piratas né, também importadas e lacradas e...

(Fernanda – entrevistadora)
São raras né?

(Daniel – informante)
É...esse público hoje o que é, ele é um público já estabelecido, com padrão social já, com a vida encaminhada né, então eles tem um poder aquisitivo maior. Então o disco ele...o disco mesmo ele tendo voltado agora, ele jamais vai voltar a ser popular né. Porque ele tem uma outra ideia, uma outra ideia de como...não é só a música que té, que tá imperando ali né. Porque se tu for ver hoje, num mundo assim extremamente globalizado, a internet realmente tá com uma velocidade exacerbada, as pessoas hoje elas escutam música fazendo alguma coisa né. O disco ele te propõe um descanso para essa tecnologia, isso tá pra além do bem e do mal, não significa que o que que é melhor ou o que que é pior né.
Mas o disco é aquela coisa, tu é obrigado a tirar ele da capa, cuida ele, tu é obrigado a colocar, tu é obrigado a virar o lado né, então tu pára pra escutar a música. E isso proporciona um prazer né, pra além do saudosismo né, ele é diferente a gente pode dizer do que pegar um mp3 e escutar uma música e sair correndo ou fazendo qualquer outra atividade né. A música tá na vida de todo mundo, mas como que tu consome esse produto? Esse produto cultural, podemos dizer assim.
E isso com o relançamento dessas edições, com esse fascínio que o disco traz né, ele vem trazendo, vem cativando aos poucos àqueles que são aprensentados, novos usuários. Pessoas com vinte e poucos anos que não tiveram acesso à mídia né, já pegaram sua idade de adolescência ou em plena fase adulta, hoje o mp3, o CD que é o que tá imperando. Quando apresentam a eles esse tipo de mídia assim, também desperta esse fascínio, porque é uma coisa fascinante sabe, é uma coisa que cativa né. E é uma outra forma de consumir a música.

(Fernanda – entrevistadora)
Tu não coleciona?

Não...eu não coleciono.

(Fernanda – entrevistadora)
Tá e quem compra vinil é homem ou mulher? Mulher compra vinil? Porque tem essa lenda né, tem essa lenda que mulher não compra vinil.

(César – informante)
Compra.

(Daniel – informante)
Compra, compra....

(Fernanda – entrevistadora)
Geralmente é presente pro namorado [risos].

(César – informante)
Aí eu não sei [risos].

(Daniel – informante)
Olha...se tu fosse um comerciante talvez na década de 80, 90, eu não sei, talvez pudesse ser diferente, poderia ser um público mais masculino...mas ãh...hoje em dia não dá pra ti definir assim quem compra mais, se é o homem, se é a mulher né, porque é muito dividido, o público tá circulando né...enfim, mesmo para presentear ou curtir, muitas mulheres entram aqui olhando disco e tal né.

(Fernanda – entrevistadora)
É isso aí...